Davi Hirafuji, sob orientação do professor Cleber Zanchettin, desenvolve em sua tese a plataforma colaborativa web e móvel sAIgns

A ampliação da acessibilidade para pessoas surdas através da tecnologia é o propósito que guia a pesquisa realizada por Davi Hirafuji Neiva, doutorando do Centro de Informática (CIn) da UFPE. Desenvolvido sob orientação do professor Cleber Zanchettin, o projeto propõe a ferramenta sAIgns, uma plataforma colaborativa web e móvel que utiliza combinação de algoritmos de Deep Learning para realizar a tradução entre línguas de sinais de diferentes nacionalidades. A defesa da tese acontece nesta sexta-feira (11), às 13h, em formato virtual.

De acordo com o último censo do IBGE, há cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil com algum grau de deficiência auditiva. A nível global, 80% das pessoas surdas têm baixa escolaridade e problemas de alfabetização, dependendo exclusivamente da língua de sinais para se comunicar, segundo dados da Federação Mundial de Surdos (WFD, na sigla em inglês). Um levantamento feito em 2019 pelo Movimento Web Para Todos, em conjunto com a BigDataCorp, mostrou que dos 14 milhões de sites ativos, menos de 1% possuem recursos acessíveis. 

Os números denotam a existência de uma lacuna significativa no universo das tecnologias assistivas, realidade em que a proposta de Davi pretende atuar. A plataforma sAIgns utiliza aprendizagem de máquina visando uma tradução entre línguas de sinais, diferente das soluções mais comuns que realizam a tradução entre língua falada e escrita. Utilizando a câmera do celular, o usuário captura vídeos de uma pessoa fazendo um gesto em uma língua de sinais e pode visualizar o gesto correspondente na sua língua de sinais materna. A combinação de algoritmos de Deep Learning é utilizada para realizar remoção de plano de fundo, extração de características, reconhecimento de sinais e tradução.

A ideia é simplificar a comunicação entre pessoas surdas de qualquer lugar do mundo, especialmente no caso de viagens para outros países. “Nossa solução aumenta a autonomia e independência das pessoas surdas, que deixam de depender de intérpretes e acompanhantes para se comunicar em qualquer lugar e contexto”, argumenta o pesquisador, que desenvolveu um protótipo semelhante em sua dissertação de mestrado no CIn. O lançamento da plataforma ao público depende da captação de recursos e ainda não tem previsão para ocorrer.

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