Desde a década de 1980 o CIn-UFPE lidera pesquisas em Inteligência Artificial, sediando, atualmente, dois dos 10 Centros de Pesquisa Aplicada em IA do Brasil

O Nobel de Física de 2024, concedido em 8 de outubro a John Hopfield da Universidade de Princeton, Estados Unidos, e a Geoffrey Hinton da Universidade de Toronto, Canadá, reforça a relevância crescente da Inteligência Artificial (IA) no mundo. Os estudos desses pesquisadores, reconhecidos pela Real Academia Sueca de Ciências, impulsionaram o aprendizado de máquina com a utilização de redes neurais artificiais, ramo da IA que é a base de tecnologias amplamente utilizadas.

Esses avanços ecoam no trabalho pioneiro desenvolvido no Brasil, especificamente no Centro de Informática (CIn) da UFPE, que desde a década de 1980 lidera pesquisas em IA. O Centro se destaca pela colaboração entre instituições de ensino e empresas, fomentando a inovação e a aplicação prática das descobertas científicas na sociedade. Atualmente, o CIn-UFPE é sede de dois dos dez Centros de Pesquisa Aplicada (CPA) em Inteligência Artificial do Brasil, a maior iniciativa de pesquisa na área em curso no país coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Comitê Gestor da Internet (CGI.BR).

Em 2020, a UFPE já havia se estabelecido no top 3 das universidades com o maior número de publicações sobre IA no país, segundo levantamento do Portal Pesquisa da Fapesp. O resultado vem de longe. No CIn-UFPE, as investigações com Inteligência Computacional, um dos ramos da IA, começaram por volta da década de 1970 lideradas pelo professor Cylton Fernandes (aposentado) na área de Redes Neurais Artificiais e culminaram na criação do Grupo de Inteligência Computacional em 1977.

Esse é o mais antigo grupo de pesquisa da área no Brasil, hoje nomeado CIn.AI, composto por mais de 20 professores e já tendo formado mais de 450 mestres e 120 doutores. Os estudos foram se consolidando ao final da década de 1980 com o retorno do doutorado no exterior dos professores Edson Carvalho Filho (aposentado) e Teresa Ludermir, atualmente coordenadora do CPA Centro de Excelência em Inteligência Artificial para Segurança Cibernética e do INCT em Inteligência Artificial Responsável.

O trabalho teve continuidade na década de 1990 com a participação de professores como Germano Vasconcelos, Paulo Adeodato, Flávia Barros (aposentada), Jacques Robin e Alejandro C. Frery. Além da pesquisa em inteligência artificial simbólica desenvolvida pelo professor Geber Ramalho, que atualmente coordena o CPA PRAIA Educação – Pesquisa realmente Aplicada em Inteligência Artificial.

Hoje, a pesquisa em Inteligência Artificial no CIn-UFPE é realizada em uma pluralidade de interesses pelos docentes, a exemplo de Teresa Ludermir com IA responsável, Francisco Carvalho com classificação supervisionada e não supervisionada de dados simbólicos, e Adenilton da Silva e Fernando Maciano de Paula Neto com redes neurais quânticas. Também são realizadas investigações sobre IA generativa por Filipe Calegario, IA e combate à desinformação por George Cavalcanti, IA e cibersegurança por Cleber Zanchettin, IA e saúde por Leandro Maciel Almeida, aprendizado de máquina e visualização de dados por Nivan Ferreira, e aprendizado de máquina e redes neurais por Paulo Salgado.

Assim como os ganhadores do Nobel, os pesquisadores brasileiros de Ciência da Computação contribuem para o desenvolvimento das tecnologias que moldam o cotidiano, consolidando a IA como uma área estratégica de impacto global.

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