Pós-Graduação em Ciência da Computação – UFPE
Defesa de Tese de Doutorado Nº 660

Aluna: Mychelline Souto Cunha
Orientador: Prof. Giordano Ribeiro Eulalio Cabral
Coorientadora: Profa.  Liliane Sheyla da Silva Fonseca (UNICAP)
Título: ABORDAGEM SENSÍVEL AO GÊNERO PARA O ENSINO DO PENSAMENTO COMPUTACIONAL NO FUNDAMENTAL I
Data: 24/02/2025
Hora/Local: 15h – Virtual – Interessados em assistir entrar em contato com a aluna
Banca Examinadora:
Profa. Patricia Cabral de Azevedo Restelli Tedesco (UFPE / Centro de Informática)
Profa. Pasqueline Dantas Scaico (UFPB /  Departamento de Ciências Exatas)
Profa. Taciana Pontual da Rocha Falcão (UFRPE / Departamento de Computação)
Profa. Andrea Maria Nogueira Cavalcanti Ribeiro (UFPE / Depto. de Eletrônica e Sistemas)
Profa. Giovanna Machado (Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE)

RESUMO:

Estudos indicam que, desde os seis anos, as crianças desenvolvem percepções estereotipadas sobre áreas de conhecimento consideradas “apropriadas” para cada gênero, o que pode levar as meninas a duvidar de sua capacidade intelectual. A exposição precoce a currículos STEM pode contribuir para a redução desses estereótipos e para o aumento do interesse feminino na área. 
No entanto, no Brasil, a maioria das iniciativas STEM voltadas para o público feminino concentra-se no ensino médio e superior. Com o objetivo de preencher essa lacuna, foi desenvolvido um material didático sensível ao gênero, fundamentado na teoria da autoeficácia de Albert Bandura e estruturado a partir do Storytelling “O nascimento e as primeiras descobertas de Ana”. A narrativa abordou questões de gênero, como representatividade feminina e desconstrução de estereótipos, além dos pilares do Pensamento Computacional, incluindo algoritmo, abstração, decomposição e reconhecimento de padrões, por meio de situações cotidianas. 
O material foi acompanhado de atividades plugadas e desplugadas e elaborado com base na metodologia Design Thinking. Sua avaliação envolveu entrevistas com especialistas da área e uma análise qualitativa realizada com 14 crianças do 4º ano do Ensino Fundamental I. Para a análise dos dados, foi utilizada a abordagem dedutiva, com base no método Template Analysis, um tipo de análise temática que permite desenvolver um modelo de códigos fundamentado em dados prévios ou pesquisa anterior. A partir desse modelo inicial, analisamos os aspectos que podem afetar ou favorecer a autoeficácia das meninas, considerando as quatro fontes da autoeficácia: experiência pessoal, persuasão verbal, experiência vicária e fatores emocionais. Os resultados revelaram que as meninas demonstram interesse e potencial na computação, mas sua autoeficácia ainda não está completamente consolidada. Muitas afirmaram se sentir confiantes para realizar atividades futuras, porém essa confiança foi frequentemente condicionada ao apoio do grupo, à simplicidade da tarefa ou à possibilidade de realizá-la em seu próprio ritmo. A experiência vicária teve um impacto positivo, especialmente pela identificação com personagens femininas na narrativa, como Ana e sua mãe, que foram reconhecidas como modelos de referência. A persuasão verbal, por meio de incentivos e feedbacks positivos de professores e familiares, também se mostrou fundamental para reforçar a motivação das meninas. Entretanto, fatores emocionais, como o medo de errar e a insegurança diante de desafios mais complexos, influenciaram negativamente a crença na própria capacidade. Os achados desta pesquisa reforçam a necessidade de abordagens pedagógicas que considerem a diversidade de experiências das crianças e promovam um ambiente de aprendizado mais inclusivo e encorajador. Estratégias que combinam representatividade feminina, feedback positivo e atividades práticas adaptadas ao ritmo das alunas podem fortalecer a autoeficácia e despertar o interesse feminino pela computação desde o Ensino Fundamental I.

Palavras-chave: gênero; pensamento computacional; autoeficácia; abordagem de ensino sensível ao gênero.

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