A cooperação é o maior projeto de toda a história do Centro e da UFPE
O viés de negócios está presente no DNA do Centro de Informática desde a sua criação. A produção de conhecimento por meio da pesquisa e a sua aplicação prática junto a parceiros acadêmicos, comerciais e industriais sempre fizeram parte da realidade do CIn, e são diferenciais que ajudaram a reafirmar sua reputação como instituição de alto padrão de qualidade, tanto no meio acadêmico quanto no mercado. A cooperação com a Motorola é um exemplo clássico na trajetória do CIn.
A relação do centro com a empresa marca o início dos 20 anos da Coordenação de Cooperação e Inovação do Centro, ponte entre a universidade, o governo, o mercado e a sociedade. A iniciativa começou em 2002 e completa 20 anos ininterruptos. É o maior projeto de toda a história do CIn e da UFPE, seja em quantidade de investimento, número de pessoas formadas ou tempo de duração continuada. “Um efeito colateral importantíssimo do projeto foi formar Residentes (especialistas) em testes e engenharia de software, que foram absorvidos não só pelo projeto, mas pelo mercado local e nacional. Os residentes também são alunos que vêm de todas as regiões do País.”, comenta Augusto Sampaio, professor e coordenador da cooperação entre a Motorola e o CIn-UFPE. O projeto conta também com a participação dos professores Alexandre Mota, Hermano Perrelli, Juliano Iyoda e Paulo Borba, como coordenadores da iniciativa.
A cooperação entre o CIn e a Motorola se deu no contexto da Lei de Informática que incentiva empresas que produzem bens de informática, automação e telecomunicações no Brasil a investirem em projetos de parcerias com ICTs (Instituições Científicas e de Inovação Tecnológica) em formação, pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). “O projeto é único no sentido de contribuir, de forma integrada, com a formação, pesquisa e desenvolvimento, aplicados na melhoria contínua de processos em um contexto real, na área de dispositivos móveis, em parceria com uma multinacional, gerando um círculo virtuoso de inovação”, afirma Sampaio.
Na cooperação, as atividades de formação incluem desde estágio e iniciação científica, até mestrado e doutorado. O destaque da parceria entre o CIn e a Motorola é um modelo novo de formação que foi consolidado no contexto do projeto e ficou conhecido nacionalmente: Residência em Software, inspirada na Residência Médica, onde o aluno dedica 50% do tempo a atividades de formação e os outros 50% a atividades práticas do projeto. O modelo foi premiado pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) em 2005, no PBQP-SW (Programa Dorgival Brandão da Qualidade e Produtividade de Software). Alunos que concluem esta formação recebem um Certificado de Especialização Lato Sensu.
Na Pesquisa, a cooperação desenvolve vários processos, técnicas e ferramentas, visando sempre melhorar a qualidade e produtividade dos processos de validação e teste dos celulares da Motorola. Vários desses resultados são hoje utilizados mundialmente pela empresa. Já no contexto prático, esses resultados vêm sendo utilizados no teste e validação de uma grande variedade de dispositivos móveis da empresa. Em alguns anos anteriores, todo e qualquer celular passava por uma validação do projeto antes de ser lançado no mercado. Outro destaque da parceria são os braços robóticos que usam técnicas de Inteligência Artificial para realizar testes nos celulares de forma completamente automática.
A cooperação entre o CIn e a Motorola vem sendo renovada anualmente, mantendo-se firme e gerando resultados em meio às adversidades, como mudanças de dono da empresa, que já passou pela Google e pela Lenovo nesse período. A estreita relação só se torna cada vez mais estratégica, o que reforça a relevância institucional do CIn porque, com todo o desafio de resolução de problemas reais das empresas parceiras, o centro se reafirma como entidade de primeiro mundo que cumpre seu papel não apenas acadêmico, mas econômico e social.
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