Empresa nasceu no CIn-UFPE e integrará uma das maiores empresas de infra-estrutura de mercado financeiro do mundo

A Neurotech, que nasceu no Centro de Informática (CIn) da UFPE, foi comprada pela B3, a bolsa de valores do Brasil, que irá desembolsar, inicialmente, R$ 620 milhões, além de valores de earn-out relacionados ao atingimento de metas de desempenho da companhia nos próximos quatro anos, o que poderá totalizar até R$1,1 bilhão de reais. A empresa de tecnologia é especializada na criação de sistemas e soluções de Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data. 

Idealizada em 2002 por Germano Vasconcelos e Paulo Adeodato, professores do Centro de Informática, com seus alunos de graduação e pós-graduação, e incubada no CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados de Recife), a Neurotech é pioneira e referência em inteligência artificial e big data, fazendo parte do Porto Digital. Atualmente, possui mais de 320 funcionários e receita líquida estimada entre R$120 e 150 milhões em 2023. Seus mais de 150 clientes atuam, majoritariamente, nos segmentos de crédito, varejo, seguros, financeiro e fintechs. 

A  Neurotech é, portanto, uma das scale-ups mais consolidadas do Brasil, com atuação em todo o território nacional. As plataformas de decisão oferecidas pela empresa transformam dados dispersos em melhores decisões para seus clientes e parceiros, com informações rápidas, confiáveis e relevantes. Com essas plataformas realizaram, apenas em 2021, mais de 1 bilhão de transações para centenas de clientes, entre bancos, financeiras, varejistas e seguradoras. São soluções que  auxiliam na gestão de risco de crédito, redução de riscos em apólices de seguros, prevenção a fraudes, vendas e marketing. 

Segundo Germano Vasconcelos, “a aquisição representa a coroação de uma jornada iniciada anos atrás que demonstra como a ciência aplicada, de ponta, pode ser levada da academia para o mercado, impactando empresas e a vida de milhões de pessoas”. Germano destaca ainda que “a sinergia entre os negócios da B3 e Neurotech possibilitará que novos produtos e serviços possam ser ofertados, com grandes benefícios para o mercado”.  

Coordenador de inovação e estratégia até 2013, Paulo Adeodato enfatiza “grandes negócios dependem de elevado conhecimento técnico-científico para gerar diferencial competitivo, eficiência produtiva e blindagem contra a concorrência.” As agências FACEPE, CNPq, FINEP etc. financiam projetos de alta tecnologia para mitigar os riscos

“Eu e Germano especificamos os projetos como desafios científicos, as agências os validam e pesquisadores desenvolvem as soluções embarcando-as em software. A Neurotech monta a cadeia de valor integrando cada projeto, define padrões de interação e modelos de negócio para monetizar os serviços”, explica Paulo. E conclui: “inovei ao propor um padrão para mineração de dados 3 anos antes do mercado internacional e um modelo de faturamento baseado em receita recorrente 10 anos antes do conceito de SaaS”.

Para Domingos Monteiro, CEO da Neurotech, “este anúncio representa um passo enorme para que as decisões baseadas em dados e inteligência artificial se tornem uma maior realidade para diversos negócios no Brasil. Fazer parte do negócio da B3 vai alavancar o crescimento, o alcance e trará mais valor às nossas soluções para clientes, parceiros e sociedade, potencializando seus resultados”.

CIn-UFPE, empreendedorismo e origem da Neurotech

O CIn-UFPE tem em seu DNA o caráter empreendedor e a Neurotech pôde surgir em um ambiente de inovação efervescente que se desenvolveu entre final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Com a origem do CESAR no Centro, a implementação da disciplina “Empreendimentos em Informática”, a criação do CITi – empresa júnior do CIn-UFPE – e do Recife Bit, uma pré-incubadora de startups. Todas essas iniciativas se relacionam com o surgimento da Neurotech e outras startups no período, como comenta o professor do Centro, Hermano Perrelli. 

Atualmente, a disciplina “Desenvolvimento de Projetos”, apelidada de Projetão, implementada após a reforma curricular em 2000 e a criação do curso de Engenharia da Computação, contribui com um perfil diferente para a área de empreendedorismo em um novo ciclo de iniciativas de inovação. A Coordenação de Cooperação, estabelecendo a ponte entre Universidade e empresas, e o Alumni CIn, que articula ex-alunos na missão de colaborar com o desenvolvimento do CIn, completam esse espaço favorável a inovar.

Essa venda se torna uma referência para alunos e professores do Centro, para a própria UFPE e para a educação superior do Brasil, para a inovação. É referência do que pode ser feito a nível de uma startup que surge no seio de uma Universidade no Brasil”, afirma o professor Hermano. “É um marco do trabalho que a gente faz aqui, é um reconhecimento do mercado, tanto das empresas quanto do mercado de trabalho, que deseja perfis como os formados no Centro”, completa.

Sobre a B3 – Bolsa de Valores do Brasil

Com sede em São Paulo e escritórios em Chicago, Londres, Singapura e Xangai, a B3 promove melhores práticas em governança corporativa, gestão de riscos e sustentabilidade e outras funções importantes no mercado financeiro mundial. 

Conforme documento divulgado pela B3, a aquisição é um impulsionador da sua estratégia no negócio de dados e analytics e trará oportunidades em receita e expansão do mix de produtos, potencializando o desenvolvimento de soluções combinadas e de alto valor agregado. 

A operação deverá ser apreciada em Assembleia pelos acionistas da B3 e depende da verificação de outras condições usuais para esse tipo de transação, incluindo sua aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

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