Na próxima sexta-feira (31), às 10h, no Centro de Informática (CIn) da UFPE, o mestrando Marcelo Lúcio Correia de Amorim defenderá sua tese "Estilos de Interação WEB de navegação e ajuda contextual para usuários surdos em plataformas de gestão da aprendizagem". O que torna esta uma apresentação especial é o fato de o aluno, que é surdo, conviver na prática com a problemática da sua pesquisa.
Depois de passar quatro anos estudando sua segunda graduação na modalidade de Ensino à Distância (EAD) numa turma só de surdos, Marcelo observou que não só ele, mas todos os alunos tinham dificuldade em usar o ambiente virtual de aprendizagem. A partir disso, resolveu desenvolver para o Amadeus (amadeus.cin.ufpe.br), projeto de plataforma EAD do Centro de Informática (CIn) da UFPE, uma melhor interface para alunos com deficiência auditiva.
A pesquisa sugere melhorias no âmbito da acessibilidade e usabilidade em ambientes virtuais para alunos surdos na modalidade EAD, principalmente no projeto Amadeus do CIn/UFPE, cuja próxima versão (1.0) terá recurso de acessibilidade para alunos surdos, promovendo uma melhoria na inclusão deles na área de ensino superior.
Acessibilidade – Essa foi a primeira experiência do CIn com um estudante surdo. A rotina de aulas não foi alterada e Marcelo se adaptou bem as necessidades do curso. Para Fernando Fonseca, professor do Centro e orientador do trabalho, essa foi uma experiência diferente. “O CIn é um lugar de acessibilidade. Quando o aluno tem interesse e capacidade de se engajar nas atividades, a oportunidade chega”, explica Fonseca. Ele explica também que Marcelo não teve problemas com o desenvolvimento de sua pesquisa porque contou com a ajuda de um intérprete de Libras. “Nem sempre era possível tê-lo presente, então o aluno fazia leitura labial e respondia escrevendo no computador".
O mestrando também afirma que não teve nenhuma dificuldade em razão da sua surdez, "os professores e alunos se mostraram disponíveis para ajudar no que fosse preciso, através de intérprete de Libras para Português e vice-versa, ou seja, fui aluno pesquisador como todos", finaliza Amorim.
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