A ópera esteve em cartaz entre os dias 04 e 06 de agosto. As demais apresentações do festival seguem até dia 21 deste mês, no Teatro Santa Isabel
Os grupos de pesquisas do CIn-UFPE, Mustic e Voxar Labs, participam do III Festival de Ópera de Pernambuco com colaboração na Ópera Auto da Compadecida, que esteve em cartaz até o dia 06 de agosto. As apresentações das demais óperas do festival continuam até 21 de agosto, no Teatro Santa Isabel. A Academia de Ópera e Repertório (AOR) e a Sinfonieta UFPE são responsáveis pela organização, com produção e realização da Gárgula Produções e venda online dos ingressos.
Ricardo Scholz, ex-aluno do CIn-UFPE, foi responsável por gerenciar a parceria entre Mustic, grupo de pesquisa e inovação em arte, tecnologia e criatividade, e o Voxar Labs, laboratório de pesquisa que desenvolve projetos de inovaçāo em Realidade estendida, Visāo computacional, Interaçāo natural organizado pela professora e Coordenadora de Cooperação e Inovação, Veronica Teichrieb.
O trabalho, em conjunto com a Academia de Ópera e Repertório (AOR) e a Sinfonieta UFPE, surgiu de conversas sobre experimentações de computação com ópera entre os professores Geber Ramalho, do Centro de Informática da UFPE, e Wendell Kettle, do departamento de Música da UFPE, diretor artístico do festival e dos grupos organizadores do evento.
O doutorando do CIn e integrante do Mustic e do Voxar, Jarbas Jácome, explicou que a participação dos grupos de pesquisa do Centro no espetáculo aparece em dois efeitos especiais. Ele foi responsável por desenvolver o efeito de interação com a personagem Compadecida, interpretada por Gleyce Melo e Anita Ramalho, alternando entre os dias de apresentação. É um céu estrelado sintetizado por computador, chamado de generativo, pois a posição inicial das estrelas e as velocidades são sorteadas por um código.
Jarbas conta como quis “passar a ideia do poder da Compadecida, que com um simples gesto consegue transformar estrelas em cometas”. Por isso, com movimentos corporais lentos, o efeito gera a sensação de estar voando no espaço e, com movimentos mais rápidos, passa a sensação de que as estrelas caem como chuva ou comentas.
O segundo efeito foi desenvolvido por Ricardo Scholz, para interagir com o personagem interpretado por Daniel Germano, o Encourado, que controla a intensidade do fogo com movimentos do corpo. Scholz também cursou doutorado no Centro de Informática (CIn) da UFPE, no contexto do Mustic, aplicando tecnologia para palco e dança.
Os efeitos foram produzidos utilizando sistema de partículas, linguagem C++, OpenGL e sensor Kinect. São delicados desafios técnicos de computação em um sistema criativo e crítico. É preciso grande preciosismo técnico em conferir os detalhes e preparar sistemas reservas para situações de necessidade, de modo a reduzir as possibilidades de falha, que prejudicam a imersão do público do espetáculo.
O Voxar Labs, assim como o Mustic, estimulam aplicações da computação para as artes em geral como meio de expressão criativa. Projetos como esse mostram a amplitude do espectro de possibilidades da computação e permitem que o conhecimento alcance mais pessoas através da sensibilização artística.
Programação das óperas
“A Compadecida”, de José Siqueira sobre o texto de Ariano Suassuna
Dias 4, 5 e 6 (às 19h) e 7 (às 18h) de agosto
“Cavalleria Rusticana”, de Pietro Mascagni
Dias 11, 12 e 13 (às 20h) e 14 (às 18h) de agosto
“Il Maledetto”, de Euclides Fonseca
Dias 19, 20 (às 20h) e 21 (às 18h) de agosto
Mais informações
III Festival de Ópera de Pernambuco
festivaldeoperadepe@gmail.com
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