Um artigo desenvolvido no Centro de Informática (CIn) da UFPE, intitulado “How Does Contributors' Involvement Influences the Build Status of an Open-Source Software Project?”, foi premiado na conferência IEEE/ACM Mining Software Repositories (MSR), realizada nos dias 20 e 21 de maio na Argentina. O trabalho recebeu o título de “Melhor paper” na competição de mineração da conferência.
“Fiquei muito feliz com o resultado. O artigo foi produzido a partir de um trabalho iniciado na disciplina de Tópicos Avançados em Engenharia de Software 2, que eu e o professor Paulo Borba ministramos há anos na pós-graduação do CIn”, comentou o docente Fernando Castor, um dos autores do trabalho. Participaram também do artigo dois alunos da disciplina orientados pelo docente, Marcel Rebouças e Renato Oliveira, além do professor da UFPA Gustavo Pinto, ex-aluno de doutorado do CIn-UFPE.
O artigo foi destaque na competição de mineração (Mining Challenge), realizada anualmente na conferência MSR. O desafio envolve pesquisadores de vários locais do mundo, que têm acesso a um conjunto de dados (dataset) comum e, a partir do material, tentam responder questões de pesquisa relacionadas e escrevem artigos documentando os resultados.
O paper desenvolvido por professor, alunos e ex-aluno do Centro foi selecionado entre 29 trabalhos participantes, incluindo trabalhos de universidades de grande prestígio como a Carnegie-Mellon (EUA), McGill (Canadá) e Vrije Universiteit Brussel (Bélgica). “Esse resultado dá bastante visibilidade ao CIn-UFPE e ao Brasil junto à comunidade internacional de Engenharia de Software. A MSR é uma conferência bastante popular e respeitada. No próximo QUALIS Conferências, provavelmente terá conceito A1, o máximo possível”, avaliou Fernando Castor.
Sobre o artigo
O trabalho analisa, no contexto de projetos de software de código aberto, o quão bem-sucedidos são contribuintes casuais, que fazem poucas contribuições, comparando-os com aqueles que contribuem regularmente com esses projetos. Para isso, os autores examinaram mais de 3 milhões de builds oriundos de mais de 1000 projetos de software de código aberto escritos em Ruby e Java.
O principal resultado do trabalho é que os dois tipos de contribuintes têm resultados muito similares, quanto à frequência de contribuições que resultam em um build falho. Mas após analisar as características dessas contribuições, os pesquisadores perceberam que isso se deve ao fato de que as contribuições dos casuais costumam ser significativamente menores, em termos de número de linhas e muitas vezes não envolvem código fonte. Logo, essas contribuições tendem a ser mais simples, o que explica porque elas não levam o build a falhar com mais frequência.
Outro resultado observado no trabalho foi que, em projetos onde um build envolve múltiplos jobs em diferentes configurações, é mais provável que uma contribuição de um contribuinte casual faça com que o build falhe do que uma de um experiente.
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